Juan Francisco Manzano, poeta na ilha de Cuba, foi a única pessoa escravizada latino-americana a escrever uma autobiografia sobre sua experiência no cativeiro.
Nesse site, você poderá saber um pouco mais sobre ele, ler o texto completo da autobiografia em espanhol, visualizar o manuscrito original, conferir fotos dos lugares onde ele viveu, ler algumas das notas explicativas da edição brasileira e consultar uma bibliografia completa sobre Manzano.
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Meus trinta anos, por Juan Francisco Manzano
Quando olho para o espaço percorrido
Desde meu berço, e todo meu progresso,
Estremeço e saúdo meu sucesso
Mais por terror que por amor movido.
Espanta-me o combate que eu, renhido
Sustentei contra a sorte vil e fria,
Se é que posso assim chamar a porfia
De um ser tão infeliz e mal-nascido.
Trinta anos há que estou vivo na terra.
Trinta anos há que, em gemedor estado,
Triste sina em todo lugar me assalta.
Mas nada é para mim a dura guerra,
Que em vão suspirar tenho suportado,
Se a comparo, oh Deus!, com o que me falta.
Juan Francisco Manzano
(tradução: Pablo Zumarán)
Segundo uma tradição provavelmente apócrifa, esse poema, ao ser lido em voz alta pelo autor durante um sarau literário, tanto emocionou os participantes que decidiram fazer uma coleta e lhe comprar a liberdade.
(“Meus trinta anos”, na interpretação de Eduardo Silva, está incluído no áudiolivro da Autobiografia do Poeta-Escravo, de Juan Francisco Manzano, produzido por TocaLivros.)
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